O que é Mimetismo: Significado, Conceito, Definição
Conforme pesquisas, mimetismo é a capacidade de alguns animais ou plantas de imitar outros organismos para obter vantagens. Essa imitação pode ser física ou comportamental, e pode ter diferentes funções, como proteção contra predadores, vantagem no acasalamento, alimentação ou confusão da presa. O mimetismo é uma adaptação evolutiva que envolve a seleção natural e a interação entre as espécies.
Indice
Definição
Mimetismo é o fenômeno pelo qual um organismo (imitador) copia características de outro organismo (modelo), de forma a enganar ou atrair um terceiro organismo (receptor). Essas características podem ser visuais, químicas, sonoras ou morfológicas, e devem ter algum significado para o receptor. O mimetismo pode ser classificado em diferentes tipos, de acordo com a função e a relação entre as espécies envolvidas. Saiba o significado de sensoriamento remoto.
Etimologia
A palavra mimetismo vem do grego mimesis, que significa imitação, e do sufixo ismo, que indica um processo ou estado. O termo foi usado pela primeira vez pelo naturalista inglês Henry Walter Bates (1825-1892), que estudou o mimetismo em borboletas na Amazônia.
Histórico
O mimetismo foi descoberto no século XIX por vários naturalistas que observaram a semelhança entre diferentes espécies de animais e de plantas ao mesmo tempo. Além de Bates, outros cientistas que contribuíram para o estudo do mimetismo foram: Alfred Russel Wallace (1823-1913), que também pesquisou borboletas na Amazônia; Johann Friedrich Theodor Müller (1822-1897), que descreveu o mimetismo entre insetos impalatáveis; Fritz Müller (1821-1897), que propôs o conceito de coevolução; e Erich Wasmann (1859-1931), que estudou o mimetismo entre formigas e outros insetos.
Evolução do mimetismo
O mimetismo é resultado da evolução das espécies por meio da seleção natural. As espécies que apresentam características vantajosas para a sua sobrevivência e reprodução tendem a se manter e se propagar na população, enquanto as que não apresentam essas características tendem a desaparecer. Assim, o mimetismo surge como uma forma de adaptação ao ambiente e às interações ecológicas.
Classificação
O mimetismo pode ser classificado em três formas principais: defensivo, agressivo e reprodutivo.
Mimetismo defensivo
ocorre quando o imitador se beneficia da proteção contra predadores ao se parecer com o modelo. O modelo pode ser uma espécie venenosa, espinhosa, peluda ou impalatável, que afasta os predadores por meio de sinais de advertência. Dentro do mimetismo defensivo, há dois tipos: batesiano e mülleriano.
Mimetismo batesiano: ocorre quando o imitador é uma espécie inofensiva ou palatável que se parece com uma espécie perigosa ou impalatável. O imitador engana os predadores ao usar as mesmas cores e formas do modelo, fazendo-os pensar que ele também é nocivo. Um exemplo é a coral-falsa, que imita a coral-verdadeira, uma cobra venenosa.
Mimetismo mülleriano: ocorre quando duas ou mais espécies perigosas ou impalatáveis compartilham o mesmo padrão de cores e formas. O imitador reforça os sinais de advertência do modelo, fazendo com que os predadores aprendam mais rápido a evitar essas espécies. Um exemplo são as borboletas Heliconius, que têm asas coloridas e são tóxicas. Conheça significado de beija-flor.
Mimetismo agressivo
Ocorre quando o imitador se beneficia da captura de presas ao se parecer com o modelo. O modelo pode ser uma espécie inofensiva, atraente ou apetitosa, que facilita a aproximação do imitador. O imitador engana ou atrai as presas ao usar as mesmas cores, formas, sons ou odores do modelo, fazendo-as pensar que ele é um parceiro, um alimento ou um abrigo. Um exemplo é a aranha Myrmarachne, que imita uma formiga, sua presa.
Mimetismo reprodutivo
Ocorre quando o imitador se beneficia da polinização ao se parecer com o modelo. O modelo é uma fêmea de um inseto polinizador, que atrai o macho da mesma espécie. O imitador é uma planta que reproduz as características visuais e químicas do modelo, fazendo com que o macho tente copular com ela e, assim, leve o seu pólen. Um exemplo é a orquídea Ophrys, que imita uma abelha.
Exemplos
Alguns exemplos de mimetismo são:
- A borboleta-pavão (Inachis io), que tem manchas semelhantes a olhos nas asas, imitando a cabeça de uma coruja e assustando os predadores.
- A mariposa-tigre (Arctia caja), que tem asas coloridas e libera substâncias tóxicas, imitando outras espécies impalatáveis e afastando os predadores.
- A vespa-cuco (Chrysis ignita), que tem o corpo metálico e pontiagudo, imitando uma vespa verdadeira e evitando os predadores.
- O polvo-mimético (Thaumoctopus mimicus), que pode mudar de forma e cor para imitar vários animais, como serpentes marinhas, arraias, linguados e caranguejos, para se aproximar das presas ou se defender dos predadores.
- A aranha-pavão (Maratus volans), que tem o abdômen colorido e em forma de leque, imitando uma borboleta e atraindo as fêmeas para o acasalamento.
- A planta-carnívora (Nepenthes bicalcarata), que tem espinhos semelhantes a formigas na borda do jarro, imitando um ninho de formigas e atraindo as presas.
Função do mimetismo
A função do mimetismo é aumentar as chances de sobrevivência e reprodução das espécies que o apresentam. O mimetismo permite que os organismos se adaptem às condições ambientais e às interações ecológicas, obtendo vantagens como:
- Proteção contra predadores;
- Facilidade para capturar presas;
- Vantagem no acasalamento;
- Confusão da presa;
- Alimentação.
Animais
Os animais são os principais exemplos de organismos que apresentam mimetismo. Eles podem imitar outros animais ou plantas, usando características físicas ou comportamentais. Os insetos são os animais que mais se utilizam do mimetismo, mas também há casos em répteis, anfíbios, peixes, aves e mamíferos. Alguns exemplos de animais miméticos são:
- A borboleta-monarca (Danaus plexippus), que é tóxica e tem asas laranjas e pretas, imitada pela borboleta-vice-rei (Limenitis archippus), que é palatável (mimetismo batesiano).
- A abelha-europeia (Apis mellifera), que é venenosa e tem listras amarelas e pretas, imitada pela mosca-sirfídea (Eristalis tenax), que não tem ferrão (mimetismo batesiano).
- A cobra-coral-verdadeira (Micrurus lemniscatus), que é venenosa e tem anéis vermelhos, pretos e brancos, imitada pela cobra-coral-falsa (Erythrolamprus aesculapii), que não é venenosa (mimetismo batesiano).
- A vespa-amarela (Vespula germanica), que é venenosa e tem listras amarelas e pretas, imitada pela borboleta-coroada (Euchloe ausonia), que é palatável (mimetismo batesiano).
- A borboleta-heliconídea (Heliconius erato), que é tóxica e tem asas vermelhas e pretas, imitada pela borboleta-heliconídea (Heliconius melpomene), que também é tóxica (mimetismo mülleriano).
- A vespa-poliste (Polistes canadensis), que é venenosa e tem listras amarelas e pretas, imitada pela vespa-poliste (Polistes versicolor), que também é venenosa (mimetismo mülleriano).
- A aranha-papa-moscas (Portia fimbriata), que imita o movimento de uma formiga para se aproximar das suas presas, que são outras aranhas (mimetismo agressivo).
- O peixe-pedra (Synanceia verrucosa), que imita uma pedra ou um coral para se camuflar no fundo do mar e surpreender as suas presas, que são outros peixes (mimetismo agressivo).
- A orquídea-do-sapo (Dracula simia), que imita a forma e a cor de um sapo para atrair os machos dessa espécie e ser polinizada por eles (mimetismo reprodutivo).
- A planta-carnívora (Aristolochia grandiflora), que imita o cheiro de carne podre para atrair as moscas-varejeiras e ser polinizada por elas (mimetismo reprodutivo).
Vegetais
As plantas também podem apresentar mimetismo, principalmente para fins reprodutivos. Elas podem imitar outras plantas, animais ou objetos, usando características visuais ou químicas. As orquídeas são as plantas que mais se utilizam do mimetismo, mas também há casos em outras famílias botânicas. Alguns exemplos de plantas miméticas são:
- A orquídea-borboleta (Psychopsis papilio), que imita a forma e a cor de uma borboleta para atrair os polinizadores.
- A orquídea-abutre (Trichoceros antennifer), que imita a forma e o cheiro de um abutre para atrair os polinizadores.
- A orquídea-macaco (Orchis simia), que imita a forma de um macaco para atrair os polinizadores.
- A orquídea-bailarina (Caladenia melanema), que imita a forma de uma bailarina para atrair os polinizadores.
- A orquídea-cara-de-palhaço (Orchis italica), que imita a forma de um palhaço para atrair os polinizadores.
- A orquídea-cara-de-homem (Aceras anthropophorum), que imita a forma de um homem para atrair os polinizadores.
- A orquídea-cara-de-bebê (Anguloa uniflora), que imita a forma de um bebê para atrair os polinizadores.
Diferença entre mimetismo e camuflagem
Mimetismo e camuflagem são dois mecanismos de defesa usados por alguns organismos para se proteger dos predadores ou capturar as presas por exemplo. A diferença entre eles é que o mimetismo envolve a imitação de outro organismo, enquanto a camuflagem envolve a imitação do ambiente. No mimetismo, há três organismos envolvidos: o imitador, o modelo e o receptor. Na camuflagem, há apenas dois organismos envolvidos: o camuflado e o receptor. Qual é o significado de comunismo.
Conclusão
De fato, o mimetismo é um fenômeno biológico pelo qual um organismo imita outro organismo para obter vantagens. Dessa forma, esse fenômeno pode ter diferentes funções, como proteção contra predadores, vantagem no acasalamento, alimentação ou confusão da presa. O mimetismo é uma adaptação evolutiva que envolve a seleção natural e a interação entre as espécies. Ele pode ser classificado em defensivo, agressivo e reprodutivo, de acordo com a relação entre as espécies envolvidas. O mimetismo é diferente da camuflagem, que envolve a imitação do ambiente. O mimetismo é um mecanismo de defesa usado por muitos animais e plantas, principalmente insetos e orquídeas.
Outros significados
- Significado de Spoiler
- Significado de Hétero
- Significado de Analogia
- Significado de Puérperas
- Significado de Comorbidade
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