Sensoriamento Remoto: Significado, Definição, O que é

O sensoriamento remoto é uma tecnologia que permite obter imagens e dados sobre a superfície terrestre sem a necessidade de contato direto com ela. Essas informações são coletadas por meio de sensores que captam a radiação eletromagnética emitida ou refletida pelos objetos ou áreas observadas. O sensoriamento remoto é usado para diversos fins, como a produção de mapas, o monitoramento ambiental, a previsão do tempo, a exploração de recursos naturais, entre outros. Neste artigo, você vai aprender mais sobre o que é o sensoriamento remoto, como ele funciona, quais são os seus tipos, princípios físicos, níveis de aquisição, sistemas sensores e história.

O que é o sensoriamento remoto?

O termo sensoriamento remoto significa “sentir à distância”. Ou seja, é a capacidade de obter informações sobre um objeto ou área sem estar em contato físico com ele. Essas informações são obtidas por meio de sensores que medem a intensidade da radiação eletromagnética (REM) que interage com a superfície terrestre. A REM é uma forma de energia que se propaga no espaço em forma de ondas ou partículas.

Ela pode ser visível (como a luz solar) ou invisível (como o infravermelho ou as microondas). Cada objeto ou área tem uma forma específica de emitir ou refletir a REM, que depende das suas características físicas, químicas e biológicas. Assim, ao analisar a REM proveniente da superfície terrestre, é possível identificar e diferenciar os seus elementos.

Como funciona o sensoriamento remoto?

Sensoriamento remoto

O funcionamento do sensoriamento remoto envolve três elementos básicos: a fonte de REM, o objeto ou área observada e o sensor. A fonte de REM pode ser natural (como o sol) ou artificial (como um radar). O objeto ou lugar observado é a parte da superfície terrestre que se quer estudar ou representar.

O sensor é o dispositivo que capta a REM proveniente do objeto ou região observada e a transforma em um sinal elétrico. Esse sinal é transmitido para uma estação receptora, onde é processado, armazenado e analisado por meio de técnicas computacionais. O resultado final é uma imagem ou um conjunto de dados que representa as características do objeto ou área observada.

Quais são os tipos de sensoriamento remoto?

Os sensores podem ser classificados em dois tipos principais: passivos ou ativos. Os sensores passivos são aqueles que utilizam a REM externa, geralmente proveniente do sol, para obter as informações sobre o objeto ou área observada. Eles dependem da iluminação natural e só podem funcionar durante o dia ou em condições de boa visibilidade.

Exemplos de sensores passivos são as câmeras fotográficas, os radiômetros e os espectrômetros. Os sensores ativos são aqueles que possuem uma fonte própria de REM, que é emitida em direção ao objeto ou área observada e depois captada pelo sensor. Eles não dependem da iluminação natural e podem funcionar a qualquer hora do dia ou da noite e em condições de baixa visibilidade. Exemplos de sensores ativos são os radares e os lidars.

Quais são os princípios físicos do sensoriamento remoto?

  • O sensoriamento remoto se baseia em alguns princípios físicos que regem a interação da REM com a superfície terrestre. Esses princípios são:
  • Princípio da emissão: todo corpo com temperatura acima do zero absoluto (-273,15°C) emite REM em diferentes comprimentos de onda, que dependem da sua temperatura e da sua natureza. Quanto maior a temperatura, maior a intensidade e menor o comprimento de onda da REM emitida.
  • Princípio da reflexão: quando a REM incide sobre um corpo, parte dela é devolvida para o espaço em diferentes direções, dependendo da sua incidência e da rugosidade do corpo. A reflexão pode ser especular (quando o ângulo de incidência é igual ao ângulo de reflexão) ou difusa (quando o ângulo de reflexão é diferente do ângulo de incidência).
  • Princípio da absorção: quando a REM incide sobre um corpo, parte dela é retida pelo corpo e transformada em calor, dependendo da sua frequência e da composição do corpo. A absorção reduz a intensidade da REM refletida ou transmitida pelo corpo.
  • Princípio da transmissão: quando a REM incide sobre um corpo, parte dela atravessa o corpo sem sofrer alterações, dependendo da sua frequência e da espessura do corpo. A transmissão permite que a REM proveniente de camadas inferiores seja captada pelo sensor.
  • Princípio da dispersão: quando a REM incide sobre um corpo, parte dela é espalhada em todas as direções, dependendo do seu comprimento de onda e do tamanho das partículas do corpo. A dispersão pode ser seletiva (quando afeta mais alguns comprimentos de onda do que outros) ou não seletiva (quando afeta todos os comprimentos de onda igualmente).

Para que serve o sensoriamento remoto?

O sensoriamento remoto serve para diversos fins, como:

  • Criação de mapas com dados variados (cartografia): geografia, topografia, hidrografia, relevo, vegetação, entre outros.
  • Observação do uso dos recursos naturais: agricultura, pecuária, silvicultura, mineração, pesca, etc.
  • Criação ou atualização de mapas em tempo real e GPS: localização, navegação, roteirização, etc.
  • Observação de mudanças climáticas e meteorológicas: temperatura, precipitação, umidade, vento, nuvens, etc.
  • Monitoramento ambiental: desmatamento, queimadas, poluição, erosão, desertificação, etc.
  • Detecção e prevenção de desastres naturais: enchentes, secas, terremotos, vulcões, deslizamentos, etc.
  • Exploração de recursos energéticos: petróleo, gás natural, carvão mineral, energia solar, energia eólica, etc.
  • Estudos arqueológicos e históricos: ruínas, sítios, monumentos, etc.
  • Estudos urbanos e regionais: planejamento urbano, zoneamento, infraestrutura, transporte, demografia, planejamento urbano, o zoneamento, a infraestrutura, o transporte, a demografia, entre outros.

Quais são os níveis de aquisição de sensoriamento remoto?

Sensoriamento remoto

Os níveis de aquisição de sensoriamento remoto se referem à distância entre o sensor e o objeto ou área observada. Essa distância influencia no tamanho da superfície que pode ser analisada e no nível de detalhamento das imagens ou dados obtidos. Existem três níveis principais de aquisição de sensoriamento remoto:

  • Nível terrestre: é o nível mais próximo ao solo, onde os sensores são transportados por pessoas ou veículos. Esse nível permite obter imagens ou dados de pequenas áreas com alta resolução espacial, mas tem limitações de cobertura e de visibilidade.
  • Nível aéreo: é o nível intermediário, onde os sensores são transportados por aeronaves ou drones. Esse nível permite obter imagens ou dados de áreas médias com boa resolução espacial, mas tem restrições de altitude e de legislação.
  • Nível orbital: é o nível mais distante do solo, onde os sensores são transportados por satélites artificiais. Esse nível permite obter imagens ou dados de grandes áreas com baixa resolução espacial, mas tem vantagens de abrangência e de repetitividade.

Quais são os sistemas sensores de sensoriamento remoto?

Os sistemas sensores de sensoriamento remoto são os conjuntos de equipamentos que permitem a captação, a transmissão e o processamento da REM proveniente do objeto ou área observada. Eles podem ser classificados em função do tipo de produto que produzem:

  • Sistemas fotográficos: são os sistemas que produzem imagens em preto e branco ou em cores, usando filmes fotossensíveis que registram a REM na região do visível.
  • Sistemas multiespectrais: são os sistemas que produzem imagens em várias bandas espectrais, usando detectores eletrônicos que registram a REM em diferentes regiões do espectro.
  • Sistemas hiperespectrais: são os sistemas que produzem imagens em centenas de bandas espectrais, usando detectores eletrônicos que registram a REM em faixas estreitas e contínuas do espectro.
  • Sistemas termográficos: são os sistemas que produzem imagens em função da temperatura dos objetos ou áreas observados, usando detectores eletrônicos que registram a REM na região do infravermelho térmico.
  • Sistemas radar: são os sistemas que produzem imagens em função da rugosidade e da umidade dos objetos ou áreas observados, usando antenas que emitem e recebem a REM na região das microondas.
  • Sistemas lidar: são os sistemas que produzem imagens em função da distância e da reflectância dos objetos ou áreas observados, usando lasers que emitem e recebem a REM na região do infravermelho próximo ou visível.

Qual é o histórico do surgimento do sensoriamento remoto?

O sensoriamento remoto surgiu logo após a invenção da fotografia, no século XIX, quando se tornou possível registrar imagens da superfície terrestre a partir de pontos elevados. Os primeiros registros foram feitos com câmeras fotográficas acopladas a balões, pipas ou pombos. Essa técnica foi chamada de aerofotogrametria e foi usada principalmente para fins militares e cartográficos.

No século XX, com o desenvolvimento da aviação e da eletrônica, o sensoriamento remoto se expandiu e se diversificou. As câmeras fotográficas foram substituídas ou complementadas por sensores eletrônicos capazes de captar a REM em diferentes regiões do espectro. As aeronaves foram substituídas ou complementadas por satélites artificiais capazes de orbitar a Terra e cobrir grandes áreas. Os dados coletados pelos sensores foram transmitidos e processados por meio de técnicas computacionais, gerando imagens digitais e georreferenciadas.

No século XXI, com o avanço da tecnologia da informação e da comunicação, o sensoriamento remoto se tornou mais acessível e integrado. Os sensores se tornaram mais sofisticados e sensíveis, capazes de captar a REM em alta resolução espacial, espectral e temporal. As plataformas se tornaram mais variadas e flexíveis, incluindo drones, veículos autônomos e nanossatélites. Os dados coletados pelos sensores foram disponibilizados e compartilhados por meio de redes digitais, gerando produtos e serviços de sensoriamento remoto para diversos usuários e aplicações.

Conclusão

Sensoriamento remoto

O sensoriamento remoto é uma tecnologia que usa sensores para captar a radiação eletromagnética que vem da superfície terrestre. Essa radiação pode ser usada para obter imagens e dados sobre diferentes aspectos do ambiente, como o uso e cobertura do solo, o clima, os recursos naturais, os desastres, etc. O sensoriamento remoto pode ser feito em diferentes níveis de distância, usando diferentes tipos de sensores e sistemas. O sensoriamento remoto é uma ferramenta útil e eficiente para diversos estudos e aplicações nas áreas de ciência, tecnologia, educação, gestão e planejamento.

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Caio Horta

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